Estava observando o perfil do orkut. Quando você faz um, deve preencher todos aqueles espacinhos nas caixinhas com informações sobre você. Na verdade, não é obrigatório. Mas todo mundo escreve. Todos os tópicos são plausíveis, exceto um: "quem sou eu". Existe alguma pergunta mais cretina que essa? "Eu não sei na verdade quem eu sou" , é o que diz um verso de uma música d'O Teatro Mágico. O pior, é que é difícil mesmo saber quem você é. Saber do outro, todo mundo sabe. É um bom exercício. Mas a pergunta é cretina. E tudo por conta da tradução, que é uma porcaria. Em inglês, no perfil, aparece: 'About me'. (sobre mim). Falar sobre você é uma coisa. Falar de QUEM você é, é muito mais complicado. Fiquei pensando e lembrei de uma história do livro "Histórias para acordar", da Diléa Frate. O título desse texto, é o mesmo título da história:
"Existe um festival de perguntas cretinas que rondam a vida de uma criança. Uma das principais é: 'De quem você gosta mais? Do papai ou da mamãe?'. Toda vez que ouvia isso, Rô respondia com outra pergunta cretina: 'E você, do que gosta mais, da mão ou do pé?'. E as pessoas riam das suas gracinhas, mas continuavam perguntando as mesmas besteiras. Um dia, depois de ouvir essas perguntas estúpidas que todo adulto faz: 'Quantos aninhos você tem?'; 'Você sabia que é a cara da mamãe?'; 'Você já está na escola?'; 'Quem é melhor no jogo: você ou seu irmão?'; 'Já tem namorada?', e mais o clássico: 'O que você vai ser quando crescer?, Rô pensou bem e respondeu sem vacilar: 'Vou ser mudo'."
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