terça-feira, 18 de março de 2008

Saudade:

lembrança triste e suave de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de as tornar a ver ou a possuir;
pesar pela ausência de alguém que nos é querido;
nostalgia;


Saudade. Sempre fiquei pensando no significado dessa palavra, que não existe em inglês, nem em espanhol, nem em francês, e que não sei se existe em algum outro idioma. Só sei que foi isso que eu senti, quando, apressada, passei pela frente do Crear e ouvi Kátia gritando: 'corre, Deco!'. Parei de andar e comecei a sorrir, veio então uma vontade enorme de chorar. Ou de correr e bater na porta , entrar, e passar uma tarde inteira lá, uma tarde não, uma semana! Fiquei lembrando de quando eu tinha a idade de André, e brincava de roda, de me fantasiar; e de quando eu mesma inventava minhas brincadeiras... E de todos os meu colegas que cresceram comigo.
E eu descobri que não quero crescer.
Quero diminuir. Odeio ter tanta responsabilidade, ter tanta coisa pra lembrar. Odeio ter que passar horas estudando, e odeio principalmente ter crescido. Porque agora eu entendi. Achei a resposta pra uma pergunta que eu sempre me fiz, e fiz a uma colega minha. E que sempre chegamos a mesma conclusão.
Desde pequena sempre me perguntei por que os adultos não brincam. Por que eles são tão sérios, tão parados. E eu sempre cheguei a mesma conclusão: eles não gostavam de brincar, e não sabiam o que estavam perdendo; e sempre combinava com Paulinha que nós nunca íamos ser assim, sérias e sem-graça. Que íamos brincar, sempre,sempre,sempre.
Mas agora eu sou uma criança, ainda, mas sou como um adulto. Sem-graça, que esqueceu a delícia que é passar horas e horas brincando. Horas e horas imaginando, criando, sentindo. E vivendo uma coisa que nunca mais ia conseguir viver de novo. Porque lembro que mesmo que nós tentássemos, nunca conseguimos fazer uma brincadeira igual a outra, todas sempre foram únicas. E todas sempre foram as melhores. E nunca houve uma melhor que a outra, sempre,sempre,sempre; ou devo dizer nunca, nunca, nunca! Todas maravilhosas e incríveis. E agora eu descobri o que significa infância, e o que significa crescer. Eu cresci.

3 comentários:

Clara disse...

Saudades de tudo. Saudades de você mesmo tendo te visto hoje. Saudades de tanta coisa. Saudade. Me ponho a chorar agora, e pensar, claro. Porque será que a gente sente saudade? É tão bom lembrar das coisas.. mas sei lá. Você me entende que eu sei.

Anônimo disse...

shoooow ! :D
AHAHAHA
Emocionante *_*
Pode crer que se fosse eu que tivesse escrito eu teria chorado.. você sabe disso !


*Nostalgia*

Beeijos, Flávia

Nilson disse...

Oi, Luísa, sabe que eu tb sinto uma saudade danada do Crear, agora que Caio cresceu (ops, tá com 8) e mudou de escola? E sabe que eu tb tinha uma encucação com os adultos quando era criança, embora, na verdade, achasse que eram ... pouco sérios? Hoje, ao ler o seu post, concluí que vc é que tem razão, nós adultos somos mesmo é pouco divertidos. Ah, e quero dizer tb que teu blog tá muito legal! Botei na lista do Blag e vou fazer propaganda!